"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é possível fazer sentido.
Eu não: Quero uma verdade inventada..."

Clarice Lispector

sábado, 17 de julho de 2010

Dá medo...




Das incertezas do dia seguinte
Do viver sem sentido, sem razão
Da monotomia das noites vazias
Sem esperança ou motivação

Dá medo

De perder as palavras totalmente
E romantismo nelas não mais haver
Dos pensamentos não te alcançarem
E dos meus olhos você esquecer

Dá medo

De não achar refúgio nas tempestades
E nas revoltas ondas do mar dolente
Sofrer a angustia torpe de perceber
O frio cortante do seu olhar ausente

Dá medo

De sufocado e envolvido pela culpa
O amor ser varrido totalmente
E nossos sonhos serem todos banidos
E levado de nós pelo vento quente

Dá medo

De nossas almas fadadas ao exílio
Em cem, mil dias de solidão
De lágrimas vertidas, inutilmente
De sentir frio e vazio no coração

Dá medo

De no limiar de minha vida concluir
Que o anoitecer esperado foi esquecido
Que a porta sempre aberta, não existiu
De suas madrugadas, eu nunca ter existido

Dá medo sim...

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